sábado, dezembro 22, 2007

Vontade

Entre nós não há sentimento, só vontade...
Mas um dia a vontade acaba.
Então me lembro do seu rosto, e é tudo que mais quero esquecer.

Só não me olhe assim, com cara de quem pede desculpas,
Porque eu bem sei que por minha própria culpa, me apaixonei.

Então peço perdão pelos abraços dados com vontade de que nunca terminassem, pelos beijos mais fogosos, mais cuidadosos que tanto caprichava para tentar lhe agradar, pelas conversas de palavras mais que escolhidas, porque nunca queria com você errar, pelos olhares carinhosos, pela atenção em todos os momentos, por todos os pensamentos que sempre me levavam ao mesmo lugar... (Você)

Peço perdão por ter tentado com tanto esforço lhe conquistar, e peço perdão por ter que de tudo isso lhe privar.

Mas como sei de sua indiferença, deve ser fácil me perdoar, já que é tão difícil tentar me amar, mesmo que no final das contas eu ainda ache que é tudo uma questão de ter vontade.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Quem sou eu:

Eu sou feita de carbono, água e sais minerais.
Carrego conceitos, idéias e virtudes, sou constituída pela sociedade e constituinte da mesma.
Sou um ser sobrevivente em busca de um dogma decente, sou parte da história de um milênio onde tudo é explicável e/ou pode ter alguma explicação.
Sou do século do preconceito ultrapassado, do dinheiro vangloriado, das novas invenções já não tão novas assim.
Sou incompreendida e incompreensível, por ser ninguém e ter que me tornar alguém no meio de tantos quem que desconheço.
Sou tudo que nunca sonhei, e sonho ser nada do que hoje sou.
Sou meu ontem vendo o amanhã tornar-se hoje diante da insignificância numérica e espacial que represento, sou meu amanhã lembrando do ontem que fui hoje no qual tudo que eu pude significar foram as tentativas de me tornar alguém melhor.
Sou carbono, água e sais minerais.
Sou imperfeita, sou inconstante, sou única, sou apenas um instante.

domingo, outubro 21, 2007

Eu Quero Sempre Mais - Ira! - Edgard Scandurra

A minha vida, eu preciso mudar todo dia
Pra escapar da rotina dos meus desejos por seus
beijos
Dos meus sonhos eu procuro acordar e perseguir meus
sonhos
Mas a realidade que vem depois não é bem aquela que
planejei
Eu quero sempre mais
Eu quero sempre mais
Eu espero sempre mais de ti
Por isso hoje estou tão triste
Porque querer está tão longe de poder
E quem eu quero está tão longe, longe de mim
Longe de mim
Longe de mim
Longe de mim

(Para ouvir)

quinta-feira, outubro 18, 2007

Última esperança

Me espera na esquina,
que após a chuva,
é para lá que vou.

Vou encharcada,
de alma lavada,
sem lágrimas,
pois a chuva as levou...

Chegarei sorrindo,
de passo mansinho,
sem mágoa ou rancor.

Sentarei naquele banco,
farei da lembrança meu canto,
e esperarei a chegada
do meu amor...

Se esse não vem,
espero outra chuva
para acalmar meu ardor

Dor acaba,
eu volto para casa,
sem qualquer alegria:
meu amor nunca mais voltou...

sexta-feira, setembro 14, 2007

14 de setembro

Caramba o ano ta acabando!!!! xD
eheheheheheheh

Eita felicidade!!!
Faltam apenas 1 ano, 1 mes e 16 dias pra 18 aninhos!! xB

Contagem regressiva pra começar a viver!! o/

sábado, agosto 18, 2007

! (Textinho do fundo do baú)

Falta-me ar!
Afogada em pensamentos sem salvação!


Falta-me amar!
Confiança nos olhos refletidos no espelho!


Falta-me chorar!
Destituir a dor de meu peito!


Falta-me sorrir!
Fugitiva da depressão circundante!


Falta-me falar!
Gritar o que queria dizer e não disse!


Falta-me a falta!
A saudade que agora me mata por não mais existir!


Falta-me cair!
Machucar e enfim desistir!


Falta-me fugir!
De mim mesma e de ti!


Falta-me persistir!
Dominar-me e emergir!


Falta-me brilhar!
Recuperar as estrelas que perdi!


Falta-me morrer!
Renascer de um futuro que não pôde existir!


Falta-me presença!
Restaurar alma a um corpo possuído!


Falta-me crer!
No fim de versos que não escrevi...

terça-feira, agosto 14, 2007

Jota Quest - Celebração Do Inútil Desejo

Por que você me faz
Andar sem rumo agora
Se não existe sentido
Pra nossa falta de destino?


Por que você me faz
Andar na contramão
E ver em mim pedaços
Que eu nunca conheci?


O que eu preciso saber
Pra te ter comigo de novo?


Eu, por exemplo, tatuaria em mim
Todas as telas do mundo
Por um sorriso teu... sincero
Por um sorriso teu... sincero


Por que você me faz
Correr tanto
Se uma flor arrancada
Não sobrevive mais que alguns minutos?


Por que você me faz
Andar pra trás se o mundo
Pára e perde a graça
Quando te vejo assim partindo


Nem a sede do teu corpo
Bebendo água em outro
Nem os teus desejos coloridos
Me fazem desistir


E me calam a boca

Por um sorriso teu... sincero
Por um sorriso teu... sincero
Por um sorriso teu... sincero


Celebração do inútil desejo!
Celebração do inútil desejo!

domingo, junho 17, 2007

É o fim...

Não me leve a mal,
Mas teu sorrir me mata.
*
Não me queira bem,
Pois teu querer não quero.
*
Não me olhe também!
Se for apenas para fugir...
*
Não me beije mais...
É ruim sentir o que nunca tive.
*
Não me espere no fim,
A esperança sempre morre no começo.

quinta-feira, maio 24, 2007

Brilho de Lixo

Quão decadente pode ser?
O ser que não se vê no espelho
Quão vivo pode ser?
O ser sem amar a si mesmo

E o que pode fazer?
Correr, chorar, morrer...
Sem ter a vida da qual
Teu gostar tanto quer ter?

E porque não há ilusão?
Se ela mostra a realidade tão querida...
Sendo que esta vivida
Não passa de falsa defesa

Então...
Para que procurar?
Não há de achar brilho em qualquer lixo
Não há de achar qualquer lixo no brilho

Nessa mescla sem sentido
O opaco lustra-se por ninguém
E o ninguém só existe
Para fazer tudo mais inexistir

quarta-feira, maio 09, 2007

Impossível :´(

Do nada que sou, fiz meu tudo de ti
Fiz do teu riso minha felicidade,
de minhas lágrimas tua satisfaçao,
No meu emudecer, dou-te a razão.
.
Separando-me do teu pedestal,
sou pecador, descrente de minha fé
Confrontar-te-ia face-a-face, mas
há temor de tua inexistência.
.
Pecado maior comete meu deus,
que tanto oro com paixão,
que tanto me ignora por ser superior,
que tanto se afasta, roubando minha paz.
.
Em penitência, ponho-me de juelhos,
queria não o fazer,
Mas teu poder foge de minha capacidade,
e se é para eu perder-me,
melhor que eu perca a ti...

quinta-feira, maio 03, 2007

adeus... II

se pudesse arrancar o que me apodrece, e deixar que mate-me por fora, mais facil seria suportar o odor de sentimentos feridos que exalam por dentro....

se pudesse parar, pararia logo, pois mais facil seria continuar parada do que ser arrastada por ruas que desconheço...

se pudesse sorrir, me arreganharia em dentes, ofuscando as lagrimas que padecem sobre meu rosto gelido...

se pudesse falar, nao diria estas amarguras que agora cito, mas tudo que desejo de bom aquele que me tem de mal agrado...

se pudesse dizer adeus, ja o teria feito, vontade nao me falta, mas amor é o que me prende...

quarta-feira, abril 25, 2007

A falta que a falta faz

Uma metade, sem metade, não é um inteiro
E não sendo inteiro,
a metade é metade de nada inteiro que se reparte
Eu não sinto nada, a não ser a metade que me falta no peito

Nesse meu sorriso de lábios e dentes,
Sinto falta da tua falta, falta do carinho, do aconchego
Falta do cheiro, da mão que me toque o rosto enfermo
Falta das palavras que não ouço, e que também não trovejo
Falta da dor que me preenche o peito,
Falta dos olhos que olho no espelho,
Falta daquele beijo que agora decorre seco, sem alma ou desejo.

Isto que me falta: mata, me enforca,
Perco cabeça e corpo inteiro,
Perco o meio coração que arde por dentro.

Como dói,
Ser nada, ser meio,
A saudade do colo que procuro em meu leito,
As lagrimas que me arranham o rosto em desespero,
Essas palavras que são a verdade do (não) meu meio...

segunda-feira, abril 23, 2007

Shakespeare

"Conservar algo que possa recordar-te, seria admitir que posso esquecer-te"




domingo, abril 22, 2007

Maria Rita - Não Vale A Pena

Ficou difícil, tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício, ossos do oficio
Pagar pra ver o invisível e depois enxergar
Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma
fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno
Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor
De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo como num disco riscado


O velho texto batido dos amantes mal amados, dos
amores mal vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida


E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma
fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno
Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor
De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo como num disco riscado


O velho texto batido dos amantes mal amados, dos
amores mal vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida


E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena





Para ser apreciada! ;)

sexta-feira, abril 20, 2007

Rixas

E me deixas feridas em carne viva
Ardentes, misturadas a meu amargo suor
Meu contentamento com seu encantamento
Devaneia-se
E chorar iria eu
Se tu já não tivesses arrancado todas as lágrimas
De minhas órbitas enganadas.

Ai de mim!
Que julgo pouco o quanto sofro por tais escombros
Persegues-me ao abandonar-me
Abondona-me ao aproximar-se
E aproxima-se quando já não há mais o que fazer por onde.

E digo: noite é dia
E pelos dias meus olhos cerram-se
Só há claridade imperando pela falta de tua sombra

Queria eu esconder-me embaixo da pele
Daquele que arracou-me até o que não tinha
Amor-próprio grito eu!
Mas logo teu silêncio instiga-me
A amar mais que posso


Toma-me e deixa-me de lado
De minha boca já não saem palavras, mas o coração em si
E tu cifras-se em devaneios,
Rodeios e floreios nos quais me perco

Quem dera eu usufruir do passado
Mas voltas e de novo me prendes
Asas por favor, alcancem os céus!
Dor...
Torne-se doce diante dessa amarga alegria...

Ah! Quem sou?
Falando de amor com versos chulos e sem rimas
Na falta da tua musica
De palavras me basto

Acalento-me e desprendo-me
Esse ser agora peregrinando ruas ferinas
Desfaz-se ao sabor do vento.
E naquele último instante de suspiro...
Suicídio.

domingo, março 11, 2007

Perdemos tempo?

Andei pensando na perda de tempo do mundo, mais exclusivamente das pessoas, e pra ser bem direta, do círculo social do qual faço parte.
Achei engraçado parar para pensar nisso, porque para mim, “parar para pensar” não é perda de tempo, aliás, são poucas as coisas que considero como tal, mas ai eu tentei me colocar no lugar de outras pessoas, tentei visualizar as prioridades delas, e tentei perceber o que seria “perda de tempo”. Minha mãe, por exemplo, se estivesse lendo esse texto estaria provavelmente falando: “Meu deus que inútil! Ao invés de estar arrumando o quarto essa menina fica fazendo nada na frente do computador!” (Sei disso pois foi uma das coisas que ela acabou de falar ao me ver aqui sentada fazendo “nada”). E é estranho porque ao meu ver, eu não estou perdendo tempo! Escrever é uma das coisas que me fazem mais organizada, menos complicada vamos assim dizer...
Acho perda de tempo: ter que arrumar a cama todos os dias, sendo que vou ter que desfazê-la para dormir e arrumar novamente no dia seguinte...
Fazendo um circulo mais amplo, meus "amigos" já consideram perda de tempo sair de casa sem a finalidade de se divertir, "pegar", gastar, zuar, ou sei la. Quando eu acho muito mais produtivo, passar horas só conversando debaixo do bloco sobre a cultura mundial do que ir a um show que mal tem espaço para se mexer (tudo bem que exagerei, mas a idéia é basicamente essa).
O.K. que eu falo de mais, mas não me importo que me mandem calar a boca e eu ter que ficar só escutando, mesmo que não goste do que vou ouvir...
Realmente, perda de tempo, é algo muito relativo, mas acho que a idéia central é recíproca em todos os casos: algo só se torna perda de tempo quando não fazemos aquilo que queríamos fazer.
Essa idéia é bem deprimente se for bem analisada, pois se, por exemplo, você vai ao cinema assiste a um filme do qual não gostou, provavelmente vai sair da sala de cinema dizendo que "preferia ter ficado em casa", ou seja, perdeu seu tempo indo ver algo que não lhe agradou.
É difícil admitir, mas, o que não nos agrada, ou não ocorre exatamente da maneira que gostaríamos, definitivamente não é perda de tempo! E sinceramente acho que é isso o interessante da vida. Afinal somos nós que classificamos como perda de tempo aquilo que fazemos, e é muito bom não saber qual vai ser a próxima vez que não perderemos tempo, a próxima vez que faremos aquilo que gostaríamos de fazer exatamente do jeito que queríamos que acontecesse!

Traduzindo tudo isso: O melhor da vida é não saber quando os momentos inesquecíveis acontecerão.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

"Desapaixonar..."



Saltar de um precipício atingir velocidade máxima e planar sobre a terra!
Sentir o vento no rosto como se o mundo estivesse simplesmente acabando e nada mais importasse a não ser a adrenalina daquele último beijo.
Ser o resultado de uma reação química inconseqüente, ter a certeza de que não sobreviverá a experiência e mesmo assim rir com gosto da fatalidade.
E nessa euforia de jogar tudo para o alto, é gostoso parar para sentir o coração, que bate com tanta força tomando conta de todo o corpo, como um arrepio incontrolável e delirante.
Nessa solidão a dois é doloroso cair sem apoio: o precipício já é ilusão, do vento restou poeira, do beijo a lembrança, da química o desastre, e do coração...
Nada.

terça-feira, janeiro 30, 2007


Felicidade é um anjo caindo das nuvens e, com prontidão, abre suas asas exaltante, e retorna àquela nuvem solitária, sorrindo, satisfeito da sua proeza. É caminhar por entre os teus dedos desertos, sentindo-se em boa companhia após as lágrimas do teu coração brilharem... E perceber que inútil é não contar-te os teus segredos. É perder-se na eternidade de um sonho e acordar com um abraço apertado; delirar sob a força do amor e render-se ao seu poder até acabar com um fio de esperança, que renasce dentro de ti, e tu compartilhas. É... Saber explicar o mundo dos teus olhos, como em um novo amanhecer... Cintilante no teu caloroso silêncio, e metódico ao som dos versos teus.
Mas, de repente você diz a si mesmo: ''viu só o que construiu dentro de si?! um universo de limitações; são coisas impossiveis que nem no pensamento atingirás; são coisas distantes do outro lado do mundo, elas estão com você, difíceis, sim. você se reconstruiu e se sobrepôs, quando na verdade devia ter construido sua vida dentro de ti.''
Felicidade é cada um.
É, por um momento, ver o que ninguém consegue enxergar...
Então você deveria tirar seus olhos por hoje... Deixá-los descansar um pouco, porque as vezes se cansam de ver, de chorar. E pensar que, talvez, a sua única preocupação seja não encontrar alguém tão bom quanto você.

Sorrir. E respirar essa coisa que é vida!
Nathalia

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Quebra-Cabeça! (decifre se puder)

E qual é a verdadeira importância? De tudo isso ao nosso redor? Qual a verdadeira importância? Das pessoas que estão do nosso lado? Mas será que elas estão do nosso lado? Ou simplesmente estão na nossa frente, ou pior estarão elas em sentido oposto? O choque parece praticamente inevitável...
E a dor que sentimos? Qual será sua verdadeira importância? São angustias e remorsos, são todas aquelas palavras que esquecemos de dizer e que agora retornam fatalmente...
E será que realmente somos nós quem escolhemos o mundo que nos circunda? É impressionante as surpresas que temos, é tudo tão inédito, tão desavisado, é tão incrível como nos cobram o que ninguém sabe...
Mas somos seres humanos, seres em busca de perfeição, por isso é inadmissível a ignorância. Colocar-se em um pedestal sempre é fundamental.
Mas enfim... Quem devem ser os escolhidos para ficar do nosso lado? Deveríamos saber? Deveríamos escolher? A dúvida sempre leva a resposta correta... Mas nós não somos corretos... Talvez sejamos os seres mais errados existentes, pensamos tanto, para tão pouco, e esquecemos o que realmente é importante: O relacionamento entre nós mesmos. Lógico não é? Senão não haveria tantos de nós.
Nós... É engraçado não? Pensar assim... Temos tantas características individualistas, presamos tanto pela personalidade, mas sempre usamos “nós” quando queremos na realidade usar “eu”... E será que “eu” tenho alguma importância? Pelo menos para “nós” não... Mesmo tendo “nós” como elemento fundamental de “eu”...
Quem deveria ser os “eu” ao lado de “nós”? É uma pergunta realmente desconfortável... Afinal “eu” é tão importante para “nós”. TODOS os “eu” são tão importantes para “nós”... Será que é tão difícil escolher “eu”? De novo... O ego humano atrapalha a pergunta... Correção: Quem deveriam ser “nós” para fazer parte de “eu”?
Enfim a verdadeira pergunta... Sem resposta suponho... Mas se “nós” repararmos bem, é simples ver os escolhidos: os “eu” que mesmo antes de “nós” se perguntar quais “eu” deveriam escolher, já haviam escolhido “nós”...
Mesmo assim, “nós” continua a ignorar “eu”, mesmo sabendo que “eu” faz parte de “nós”, que “eu” foi importante, que é importante...
Seria muito complicado parar de pensar como “nós” e passar a pensar como o “eu”?
E qual a verdadeira importância disso? Confuso... Muito confuso... Entender talvez seja mais complicado que a confusão, afinal, confusão se identifica...

terça-feira, janeiro 23, 2007

Carta de resgate

Queria descrever esse sentimento, isso que tem me atormentado nos últimos dias. Se pudesse me livraria, já o teria feito a muito tempo, mas a distancia me castiga, e me força a esperar com olhos embaçados o tempo. O ontem é comemorado, menos um dia vazio; o hoje são essas horas que espero com agonia pelo dia seguinte que tem gosto em tardar; o amanha é tão triste... Quantos amanhas mais terei de esperar até o amanha final? Mais uma vez castigada: sei contar o tempo. Marcando numa folha qualquer as noites mal vividas, mesmo estando desejosa da próxima. E é tanta expectativa, que aos prantos vejo passar apenas 5 minutos desde a última vez que verifiquei as horas. Parando para pensar no tempo, agora vazio e incontável, percebo esse espaço no peito, pulsando pelo que não pode ter, gritando e sangrando de amargura, com tantos ferros e marcas que o prendem, logo será imperceptível até mesmo suas batidas, tenras de tanto desgosto... Desgosto do tempo, da distancia, das idéias que envenenam a mente, dos olhos marejados de lagrimas, da falta de cor, de som, da falta do cheiro, desgosto da tal saudade. É isto! A saudade que antes era sombra, agora é corpo inteiro. É fome de carne (mesmo provando de todas, ser ainda assim insaciável), sede de saliva (que não morre, mas me mata), é não sentir nenhum outro cheiro (ignorante dos demais odores), o toque insensível (apesar de tocar apenas a mim mesma), só a cegueira não me incomoda (por ser, talvez, meu último critério de citação). Felizes são as lembranças, imagens intocáveis, tão queridas, mas que logo a saudade vem manchar... Então recorro ao sonho para aproximar, é tão breve, segue-se o despertar. Despertar para o que? Não há nada na realidade que agora me satisfaça. Já não durmo mais, pois até os sonhos a saudade me tirou (tornaram-se sufocantes). Não sei o que oferecer por minha liberdade, nada tenho! Nem a mim mesma pertenço mais... Só tenho a tal da saudade que não sei descrever...