quarta-feira, abril 25, 2007

A falta que a falta faz

Uma metade, sem metade, não é um inteiro
E não sendo inteiro,
a metade é metade de nada inteiro que se reparte
Eu não sinto nada, a não ser a metade que me falta no peito

Nesse meu sorriso de lábios e dentes,
Sinto falta da tua falta, falta do carinho, do aconchego
Falta do cheiro, da mão que me toque o rosto enfermo
Falta das palavras que não ouço, e que também não trovejo
Falta da dor que me preenche o peito,
Falta dos olhos que olho no espelho,
Falta daquele beijo que agora decorre seco, sem alma ou desejo.

Isto que me falta: mata, me enforca,
Perco cabeça e corpo inteiro,
Perco o meio coração que arde por dentro.

Como dói,
Ser nada, ser meio,
A saudade do colo que procuro em meu leito,
As lagrimas que me arranham o rosto em desespero,
Essas palavras que são a verdade do (não) meu meio...

segunda-feira, abril 23, 2007

Shakespeare

"Conservar algo que possa recordar-te, seria admitir que posso esquecer-te"




domingo, abril 22, 2007

Maria Rita - Não Vale A Pena

Ficou difícil, tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício, ossos do oficio
Pagar pra ver o invisível e depois enxergar
Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma
fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno
Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor
De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo como num disco riscado


O velho texto batido dos amantes mal amados, dos
amores mal vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida


E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena, não vale uma
fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema, de tão pequeno
Mas vai e vem, e envenena, e me condena ao rancor
De repente cai o nível e eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo como num disco riscado


O velho texto batido dos amantes mal amados, dos
amores mal vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida


E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena





Para ser apreciada! ;)

sexta-feira, abril 20, 2007

Rixas

E me deixas feridas em carne viva
Ardentes, misturadas a meu amargo suor
Meu contentamento com seu encantamento
Devaneia-se
E chorar iria eu
Se tu já não tivesses arrancado todas as lágrimas
De minhas órbitas enganadas.

Ai de mim!
Que julgo pouco o quanto sofro por tais escombros
Persegues-me ao abandonar-me
Abondona-me ao aproximar-se
E aproxima-se quando já não há mais o que fazer por onde.

E digo: noite é dia
E pelos dias meus olhos cerram-se
Só há claridade imperando pela falta de tua sombra

Queria eu esconder-me embaixo da pele
Daquele que arracou-me até o que não tinha
Amor-próprio grito eu!
Mas logo teu silêncio instiga-me
A amar mais que posso


Toma-me e deixa-me de lado
De minha boca já não saem palavras, mas o coração em si
E tu cifras-se em devaneios,
Rodeios e floreios nos quais me perco

Quem dera eu usufruir do passado
Mas voltas e de novo me prendes
Asas por favor, alcancem os céus!
Dor...
Torne-se doce diante dessa amarga alegria...

Ah! Quem sou?
Falando de amor com versos chulos e sem rimas
Na falta da tua musica
De palavras me basto

Acalento-me e desprendo-me
Esse ser agora peregrinando ruas ferinas
Desfaz-se ao sabor do vento.
E naquele último instante de suspiro...
Suicídio.