segunda-feira, outubro 30, 2017

Adeus ano velho

15 pra meia noite. É o que resta do meu aniversário. Depois de alguns dias de comemoração, muitos desejos, muitos amigos, sorrisos, abraços, mensagens, presentes.

Uau, nem eu sabia que tinha tantas pessoas incríveis ao meu redor! Na verdade, até sabia, mas não lembrava, entende? Estranho como não reparamos em tantas coisas, deixamos passar o tempo e os momentos. Momentos, aquele conjunto de instantes intensos, que às vezes você para pra gravar na memória, e às vezes você tenta recordar de qualquer jeito aquela sensação que se foi.

E passa, tudo passa com o tempo. Incansável contador de segundos e memórias, histórias. Quando você pisca: passou. Mais um ano de vida, que ano... Diferente em todos os aspectos do ano anterior! Eu estou mesmo de parabéns.

Reconstruo sonhos há praticamente dois anos agora. Em nada me pareço com a Joyce que imaginei há um ano atrás. Ainda bem! Evolui. De uma forma mais dolorosa do que eu gostaria, mais rápida que eu planejei, melhor que pensei! E ainda tenho tanto a fazer, tanto pra sentir, tanto pra viver.

Meia noite e um. Acabou. Já estou bem grandinha pra acreditar em pedido pra estrelas né? Mas não consigo evitar, toda vez que olho pro céu meu coração fala alto, deseja por mim, sozinho, teimoso. Pra hoje só faltou um sonho, mas tudo bem, quem sabe amanhã ou depois.

Feliz ano novo, Joy!

domingo, outubro 22, 2017

Crônica de um coração partido

Sentei na mesa, lá vem o garçom. Me entrega o menu sem sorrir, na verdade mal olha para mim, tamanha mecânica do seu movimento. Ele vai embora tal como chegou. Eu inerte. Lá vem meu consciente: olhe as opções, escolha...

Era um domingo, começo da noite, a última vez que havia comido foi no café da manhã, mas eu não tinha fome ou sede, apesar do vazio de dentro que me consumia. Eu sentia dores, das mais variadas. Tinha feito um "pequeno" passeio aquela tarde: do Forte de Copacabana ao Leme. O clima estava típico, calor, umidade, sol forte, pessoas caminhando numa Avenida Atlântica fechada para carros.

Volta o garçom: Seu pedido. (Não foi uma pergunta) Ainda não escolhi - disse. Alguma coisa pra beber? (Então perguntou) Uma água e um copo com gelo, obrigada (Tentei dizer sorrindo, como geralmente fazia, mas minha garganta ardia tanto, tamanha a vontade de chorar que o garçom se apressou em sair) Volto ao menu: Entradas individuais; Entradas para dividir - Ouch! Eu não tinha ninguém com quem dividir...

Andei pela praia até o Forte de Copacabana, e na volta resolvi ir pela rua. Dali a pouco vem um rapaz de bicicleta. Hey, ruiva! Eu não olho pra trás, aperto o passo. Hey, ruiva! Chama ele novamente enquanto tenta manter-se pedalando ao meu lado. Tatuagens maneiras, tô afim de tomar um vinho com você, topa? Eu engoli o sarcasmo (Vinho? Fazendo 35o?) Prefiro cerveja, obrigada! Dou um meio sorriso e volto a olhar pra frente. É, cerveja é mesmo uma ideia melhor - disse - Você é daqui? Não, sou de Minas, mas moro em Brasília. Não conheço Minas, mas já fui pra Brasília, é irado lá, ficá sempre perto dos políticos, tudo arrumado e limpo. Nem tanto - respondi, é uma boa cidade, mas prefiro o Rio. Sorri.

Volta o garçom com minha água, copo, gelo, tira a tampa, serve, já vai pedir? Ainda não. Ele sai.

Sabe o que é - disse ele - eu quero namorar com você! Que sorriso é esse? Eu dou uma gargalhada. Olha só! Quero casar com você, ruiva! Eu me apresso em responder: Não! Não!  Casar não é uma boa ideia!! Porque não? Ele pergunta. Já foi casada pra saber? Já, mas terminei, faz mais de um ano... Ah, mas isso porque não foi comigo, eu nunca ia terminar com você, você ia ser a mulher da minha vida! Engulo seco, a garganta arranha, ainda bem que eu estava de óculos escuros, meus olhos enchem d'água: já ouvi isso antes (duas vezes), não é verdade. Posso te dizer uma coisa, ruiva? Sorte do homem que já te teve, você é muito linda e simpática, tem um sorriso maravilhoso, se fosse eu ia querer te fazer sorrir sempre. Vou te deixar em paz, tchau! Cai uma lágrima.

Porção de batata frita simples. Porção de batata frita especial. Pratos Principais: e lá vou eu pular duas páginas - Carne, Frango, Peixe. Massas: Bolonhesa, Alho e Óleo, Gorgonzola com tomate...

Eu me apresso em voltar para a praia. Precisava de um vento frio no rosto, tentar espantar o choro. Ai. Ai. AI!! Parecia que estava com o peito aberto em carne viva, meu coração batia tão forte que pulsava por todas as extremidades do corpo. Eu sentia dor física de tanta tristeza, mas não podia fazer nada, continuei andando. Desviei de grupos que jogavam futebol na areia, crianças, senhoras que se refrescavam na beira do mar. Eu deixava passos fundos para trás, como se quisesse me enterrar. Sigo pro Leme.

Sobremesas: Especialidade da casa, Petit Gateu, Profiterolis, Pudim de Leite, Sorvete Colegial Simples, Sorvete Top Sundae, Banana Split, Frutas da estação (Consulte o garçom).

Chego no final da praia, tem um sambinha num quiosque rolando solto, as pessoas sorriem, se beijam e abraçam, dançam, estão em festa. Eu saio da praia, sento num banco e começo a tirar a areia dos pés, volto pela calçada oposta, de olho nas placas, precisava voltar para o hotel, precisava chorar. Passo pela rua dele, olho de cumprido, eu podia ir... interfonar, olhar cara a cara: porque você não me quer? Sigo caminho. Vou até a minha rua. Subo. Vários restaurantes e bares, vários cheiros e cores, tudo num borrão, eu já estava chorando, não consegui segurar. Olhei pra baixo, funguei, cocei os olhos como se tivesse entrado alguma coisa, mas na verdade o problema era o que tinha saído...

Escolheu moça? Hummm... não! Qual sua sugestão? Temos um picadinho tradicional da casa - É que eu sou vegetariana - Ah tá, vou deixar você escolher então. Serve o restante da água e vai embora com a garrafinha de plástico. Droga! Eu queria a garrafinha.

Resolvi parar no caminho. Escolhi um restaurante, sentei na mesa da calçada. Sintia dores, variadas, tinha feito uma longa caminhada, de Copacabana ao Leme, mas nem eram as pernas o que mais doía, era por dentro, eram minhas células, eu toda.

Moça, você precisa pedir. Desculpa, o dono já tá desconfiando. Olho pro garçom, tiro os óculos: Um coração inteiro e um café quente pra viagem, por favor!

terça-feira, outubro 17, 2017

Acho que já dá pra morrer hoje... !

Tenho refletido bastante sobre minha "nova vida" e os caminhos que ela tem tomado. Nesses tropeços de pensamento me peguei mirabolando sobre aquele velho medo universal: a morte. E cheguei a conclusão que não tenho medo dela.
Mais interessante do que não ter medo, é que me veio como um raio, se eu morresse hoje, agorinha, PAH: infarto, atropelamento, bala perdida, facada, traumatismo craniano decorrente de uma queda por pisada em falso na calçada (é possível tá?!), enfim, se eu viesse a bater as botas de imediato, eu não iria me lamentar (se é que vai rolar uma situação póstuma que permita lamentação... Mas isso é outra discussão).
Explico: okay, minha fotografia de vida não está exatamente como eu imaginei, afinal cadê mansão, helicóptero, marido rico e viagens de final de semana pra Europa? (Fui irônica - só pra constar) Mas gosto do caminho. Gosto mesmo. Gosto até das quedas que tomei, cicatrizes e arranhões, das dores de cabeça e de coração, das incertezas e ilusões, das alegrias e idiotices...
E a cada foto nova bate um negocinho bom, tipo uma saudade, só que boa, tipo uma tristeza, só que motivacional, vi no dicionário que isso pode ser chamado de "lembrança": Substantivo feminino. 1. Recordação, aquilo que está guardado na memória; 2. Presente, o que se oferece a alguém para felicitar a pessoa; 3. Lembrete, anotação do que não se pode esquecer; 4. A faculdade da memória; 5. O que comprova um fato passado. Ou seja, tenho comigo presentes da vida, encaixadinhos na memória, que comprovam meu ser/estar: que delícia!
A minha construção de lembranças (entenda: de vida) mudou muito no último ano, particularmente defini algumas metas anuais, metas comigo mesma, pontos de crescimento, uma engrenagem de (r)evolução! Vou aprender alguma coisa nova sozinha todo ano (esse ano tá sendo tocar violão, pensa num desastre...), vou aprender alguma coisa nova com alguém todo ano (toma-lhe aulas de boxe), vou fazer pelo menos uma viagem para um lugar novo (Hey Cancún, beijos! Sdds), vou resgatar algum (bom) hábito antigo (olar blog!!), vou visitar pelo menos um(a) amigo(a) distante (Miloca sua linda, tão bom te ver!), irei mais vezes para eventos a céu aberto (Picniks, Fun festival, Rock in Rio...), descobrirei novas músicas/cantores (Ella Mai S2)... A parte mais legal é que todo ano vão ser novas resoluções, da pra trocar no meio do caminho, ir e voltar, repetir!
Eu tenho um plano, que é não ter planos, então se um dia acabar, acabou! Metas são mais simples, são "milestones" de vida, e quando você se distancia e observa o todo, dá até um orgulhinho de ver que mesmo os caminhos mais tortos formam lindas figuras!
Então querida senhora Morte: "Se avexe não! Que amanhã pode acontecer de tudo inclusive nada!"


quarta-feira, outubro 11, 2017

Storming Brain (versão mineira)

Sabe o que é? Bateu aquela saudade de escrever!
Até parei pra pensar sobre isso: Poxa! Como pode? Já escrevo o dia todo!

Nos relatórios do trabalho, nos e-mails, no whatssap... Acho que esse “escrever” é diferente, ele é livre! Todos os outros são demandas, obrigações, respostas, presos, são fadados às expectativas de terceiros.

Falando em expectativas, cá estou eu com minhas milhares, nesse ímpeto de escrever e esperando sair aqueles “textão” bonito da internet que todo mundo compartilha. E até quero compartilhar, não com alguém em específico, só botar pra fora, prosear, sem ter que responder a ninguém, quero brincar, bê-a-bá, palavrear!

Nisso me vem, tão lindo falar inglês, espanhol, francês, mas deixa eu te contar que esse tal de português quando tá escrito é um “trem” que não tem pra ninguém! Tão lindas nossas palavras, conjunções, disjunções, aliterações, amontoa e destoa, tem pausa, volta, prende e solta, ai ai!

Suspirei aqui, pirei, doeu, tô me recuperando sabe? Pulei recentemente de um precipício e não sobrevivi, tá doendo ainda, tô juntando uns pedaços, acho até que tem uns faltantes aí que nunca mais vou achar. Dor maluca essa de desapaixonar, dá câimbra, falta de ar, às vezes da fome, sede, dá vontade de correr e de gritar, e aí cê perde todas as vontades... um trem doido mesmo.

Agora perdi as palavras... Vou ali, não prometo que volto, quem sabe...