quarta-feira, novembro 29, 2006

Relato Impessoal

Tédio

Passar a tarde inteira a contar nuvens sempre fora um passatempo divertido para Evy*. Em seus catorze anos mórbidos, sempre foi uma menina "direita", respeitava aos pais e a todos, boa aluna, exemplar filha e carinhosa irmã, nunca reclamava de se quer um mosca, mas ultimamente Evy tem sentido-se incrivelmente entediada...

As nuvens pararam de passar... Em seu lugar está apenas um vento seco, um céu azul desbotado, e um pesado ar de cansaço. A barriga de Evy rebulhava. Uma pontinha inalcançável de seu corpo incomodava incessávelmente. Sua boca estava seca, e a garganta era arranhada a cada palavra rouca que Evy tentava proferir...

Evy sentia-se presa, presa a uma situação que ela mesma criara. Porque não brigava com sua irmã? Porque não enfrentava seus pais? Porque não lutava pelo o que queria? Por quê? POR QUÊ?!

Evy mal sentia sua respiração, seu coração disparado dentro do peito gritava por liberdade! Evy sentia-se pequena, inútil, em um mundo preto e branco. Evy queria morrer. Evy queria morrer, mas não podia... Já estava morta. Morta, trancada, condenada e isolada em uma jaula de concreto espesso preenchida por formalidades, vergonha, covardia, medo, insegurança, máscaras e mais máscaras nas quais ela sempre se escondera.

Naquele dia Evy estava entediada, naquele dia e em todos os outros, Evy não sentia nada, apenas tédio...

* Evy é uma personagem imaginária, qualquer semelhança é mera coincidência.


Obs.: A história de Evy em nada se parece com minha própria, é mais um conjunto de sensações minhas, as quais dei ênfase, e isolei, resultado: vida de Evy. Essas sensações são muito repetitivas, e aparecem das mais diversas maneiras para mim, são tanto abstratas quanto concretas, mas são inevitáveis... Atualmente ando esquecida delas, a vida para mim tem tido até gosto, e o gosto com certeza não é amargo, mas também não é totalmente doce, mas com certeza falta um pouquinho de sal... ^^

terça-feira, novembro 28, 2006

olÁ!

Bom...
Resolvi fazer um blog porque, ontem, quando estava muitíssimo ocupada em casa (cof, cof) percebi que tinha parado de escrever, e que com isso minhas idéias, pensamentos, opiniões, haviam se perdido nessa revolução tecnologica que é a internet...
Já não tenho mais aqueles traços de reflexão e lógica que eu apresentava (apresentava a mim mesma,pois à sociedade uso a máscara por essa exigida) início do ano quando ainda escrevia e lia muito. Já não consigo mais colocar minha opinião em prática, pois nem sei mais se a tenho!
Então, unindo o útil ao agradável, passarei a escrever meus textos, rascunhos, aqui. Nem sempre serão as melhores leituras, textos gramaticalmente e semanticamente corretos, mas serão muito sinceros, a organização de minha tempestade mental, relatos do meu dia-a-dia (especificarei que tipo de texto será escrito [relato pessoal, pensamento, opinião, rascunho, poesia], uma questão de organização) e mais importante: serão sempre feitos por mim. Haverão, é claro, alguns textos "roubados", pois muitos de meus autores prediletos exprimem tão bem meus pensamentos, que perco as palavras, e acabo tendo por eles dito mais até do que queria dizer...
Não vejo porque fazer este blog para que os outros leiam, pois escrevo como num monólogo pessoal: eu, falando de mim mesma, comigo.
Portanto, não espero compreensão de qualquer leitor que por aqui passar...
Com delicadeza peço àqueles que se qualquer crítica tiverem, a façam, pois minha opinião por si só nada mais vale do que palavras ao vento... (expressão roubada, admito, de Cássia Eler, que faz inestimável presença em todas as suas músicas, que muito me inspirão).
E nada como começar com um pensamento (melhor expressado por esta música) :

Cássia Eller - Palavras Ao Vento
Cássia Eller

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina, paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento
Palavras palavras
Palavras palavras
Palavras ao vento