segunda-feira, novembro 27, 2017

Caminho

Perder-se também é caminho.
Sábia disse Clarice.
Pois me encontro perdida. A caminhar.
Nem sempre em frente, mas sem parar.
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Encontro, nos caminhos, coisas, pessoas.
Lembranças, escolhas.
As partes que tem comida são minhas preferidas!
Sim, os dois tipos!
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E perdida nos caminhos, corro e ando.
Sonho e acordo.
Me desespero e relaxo.
Estou inconstante em meu caminhar.
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Não sou ser inconstante.
Perceba a sutileza do ser e estar.
Sou ser vibrante, errante.
Constante do meu desequilibrar.
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Perdi meu caminho há tempos.
Talvez nunca tenha tido um de fato.
Em fato, porque só um enfim?
Isso de caminho certo não é pra mim.

Polêmicas da coletividade: discutir ou não discutir, eis a questão?

Quão vazia (sozinha) é a coletividade? A sociedade auto entitulada pós-moderna prega a devoção ao individualismo, e as consequências são inúmeras. Quando seguimos só, várias premissas sociais se perdem no caminho: afinal, porque agregar algo para alguém? A pergunta se transforma em: como posso obter algo de alguém para me agregar? E o querer humano é infindável e devastador.

Somos seres naturalmente sociáveis, como já dizia Giddens, nossa tendência de formar grupos é observada em todas as partes do mundo. Dentro desses grupos, sociologicamente denominados povos são determinadas especializações conforme premissas culturalmente aceitas: papéis a serem cumpridos por cada indivíduo em prol do coletivo. E a pós modernidade está justamente eliminando esses papéis: podemos ser o que queremos ser, mas talvez as gerações Y e a vindoura Z tenham entendido isso de forma um tanto distorcida...?

Gosto de clichês, eles são simples e dão a perspectiva pontual e certeira para ideias/ideais muito vastos (apesar de serem questionáveis), como o velho: sozinho chega-se mais rápido, mas juntos vamos mais longe. O que faz perfeito sentido para um sociedade que procura de toda forma prolongar a vida, mas talvez perpetuá-la não seria mais (interessante) importante?

Eis o insight das novas gerações, querem o agora, mas também o depois, o antes... Bem, esse já passou, quem se importa? É um nítido choque cultural, não mais de povos, mas interno, entre indivíduos de um mesmo povo, de um mesmo núcleo familiar até!
Outro ponto auge: família! O que seria a unidade celular básica do "organismo" povo também alterou-se, talvez tenha sido a primeira parte a perder a tal coletividade.

Nessas finas rachaduras de papéis, prolongamento vital, núcleo familiar, o indivíduo se desgarrou, ovelha no pasto sem pastor a guiar. Perdida? Talvez. O pastoreio já não funciona como antes, se o culto ao individualismo é preceito base na nova sociedade, a evolução é justamente ser passarinho fora do ninho, ovelha negra, ser fora da curva, mas que curva?

As referências claramente se perderam, e a coletividade que antes era máscara se torna sirene, o coletivo agora é universal, tudo pode, tudo tem, nada rejeita, aqueles que vão contra o coletivo das mais sortidas formas tem seus nomes difamados na internet das coisas, e de repente indivíduos que não fazem parte do nosso dia-a-dia despertam mais interesse que o próprio núcleo familiar, o que é conveniente para o individualismo: não é necessário laços.

E enfim entramos em Bauman e seus líquidos fluidos da modernidade: sentimentos e emoções, o senso do coletivo, do próprio real, tudo se esvai, escorre, nunca preenchem, na verdade, esvaziam... E o individualismo vence com seu sedutor nada, nos tornamos senhores do nosso próprio ego, mas quem se importa? Fica aí tópico para uma próxima discussão, quem sabe...

sexta-feira, novembro 17, 2017

ENCONTRA-SE

Na ânsia de achar um amor pra chamar de meu, acabei perdendo o próprio, ou ele me esqueceu...
Às vezes me esbarro, me faço um agrado, me conto um causo, desato a gargalhar!
Eventualmente me enfrento, me olho por dentro, desando a chorar...

Certa vez esbarrei numa placa, um antigo PROCURA-SE que insisti em pendurar.
Lembrei onde enterrei meu coração, cavei o chão, lá está!
Peguei a velha placa, limpei a poeira, raspei a sujeira e pus-me a trabalhar:

ENCONTRA-SE CORAÇÕES PERDIDOS E AMORES FALIDOS


terça-feira, novembro 07, 2017

Madrugada em desatino

Em novo esforço pra esquecer, volto para o básico: o que os olhos não vêem o coração não sente... E com um instinto quase maternal, vou me cuidando, protegendo-me de mim mesma, tirando da minha frente o que pode machucar e reabrir feridas. Preciso superar. Preciso. Preciso me libertar para conseguir retomar minha própria vida.
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Tenho pavor a sobrevida! Aquela que arrasta, não laça, desperdiça e disfarça sua real intenção: morrer em vão.
Quero mais, muito mais do que tenho agora, e pra isso me preciso inteira, corpo e alma.
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Vou cá embrulhar de novo meus sentimentos e emoções, vou por laço de fita, papel colorido e assinar cartão: presenteio com amor a quem quiser me dar um coração!

sexta-feira, novembro 03, 2017

Com os relacionamentos anteriores aprendi (2):

Há quase 10 anos atrás, depois do término do meu 2o namoro escrevi um texto sobre aprendizado. Esse texto aqui.

Engraçada minha cabeça com 18 anos. Lembro que na época eu pensava que não ia dar pra amar alguém de novo, pelo menos não do mesmo jeito. Eu estava certa. O amor piora com o tempo! Você vive mais por ele, sofre mais com ele, e desmonta sem ele.

Irônico não? Você se torna alguém cada vez mais consciente de si e dos outros com a maturidade e a experiência. Mas esse tal de amor é mesmo um pilantra, sequestra sua razão e não tem resgate. Mesmo tentando engolir e ignorar, ele remexe você todinha por dentro, quer sair, não adianta, não tem remédio! A solução pro amor é mais amor!

E hoje? Você me pergunta:  Que tipo de amor você quer?
Quero amor com cerveja, beijo na boca e rapidinha na rua, quero amor sem cobrança, cheio de dança e conversa a toa, quero amor com viagem, recheado de tranquilidade e muito tesão, e um café por favor, pra levar, que meu amor não consegue esperar.