quarta-feira, abril 25, 2007

A falta que a falta faz

Uma metade, sem metade, não é um inteiro
E não sendo inteiro,
a metade é metade de nada inteiro que se reparte
Eu não sinto nada, a não ser a metade que me falta no peito

Nesse meu sorriso de lábios e dentes,
Sinto falta da tua falta, falta do carinho, do aconchego
Falta do cheiro, da mão que me toque o rosto enfermo
Falta das palavras que não ouço, e que também não trovejo
Falta da dor que me preenche o peito,
Falta dos olhos que olho no espelho,
Falta daquele beijo que agora decorre seco, sem alma ou desejo.

Isto que me falta: mata, me enforca,
Perco cabeça e corpo inteiro,
Perco o meio coração que arde por dentro.

Como dói,
Ser nada, ser meio,
A saudade do colo que procuro em meu leito,
As lagrimas que me arranham o rosto em desespero,
Essas palavras que são a verdade do (não) meu meio...

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