domingo, dezembro 10, 2006

Me pergunto...

O que é evoluir, creçer?
São 16 anos e quem sou agora?
O que eu era antes de poder (tentar) responder por minhas próprias ações, organizar meus pensamentos e realmentes poder definir meus sentimentos? Mas será que sou realmente capaz de fazê-los? Eu sinto como se houvesse um grande papel em branco me prensando:

O que me segura por trás: meu passado, insignificante talvez, um mera experimentação de sentimentos, ações e reações, um "treinamento".
O que me envolve os lados: falhas no meu presente, falhas como filha, amiga, irmã, estudante, namorada, pessoa...
O que me venda os olhos: um futuro tão esperado, onde a liberdade é o meu maior estímulo, liberdade de expressão, de pressão, de ação...

E de novo me pergunto quem sou eu. O que eu fiz, faço, farei? Será que "cresçi"? Seria evolução minhas impressões sobre esse papel? Ultimamente eu pareço ter vivido sob ele... Como se eu não quisesse existir...

Como num mesmo dia é possível atingir dois extremos de sensações? Poder e insignificância, acho que não há apostos tão próximos quanto estes... Minto. O amor é o maior oposto de si mesmo. Eu me sinto assim: o oposto de mim mesma, talvez por tentar me encaixar em conceitos criados por outros que não eu. Gostaria de saber quem inventou que ou se é fisicamente ou metalmente aparente... Sinceramente, são duas denominações para a mesma coisa, que eu nem sei o que é. Eu me sinto uma pessoa fisicamente aparente que mentalmente tenta... E eu tento. Pensando bem, eu nunca realmente tentei nada, nunca arrisquei. Será que isso me faz primitiva, antiquada, ultrapassada, imutável, ivoluível...
E se... SE, tenho pensado até demais, SE, esse pronome deveria ser proibido...
(Metaforicamente me sinto como um bombom: depois que se tira a embalagem só nos resta comê-lo... Mas eu realmente queria ser como um pêssego... É, um pêssego, agradável aos olhos, paladar e ainda revela uma semente que pode ser plantada e gerar frutos.)
Porque eu... EU, nossa quanto egoísmo, agora tenho reparado em mim qualidades que nunca me agradaram, sempre foram um certo incômodo quando eu as constatava nos outros: superficialismo, egoísmo, falsidade, timidez, excentricidade, estupidez, ignorância, rigidez, e poderia citar mais e mais "inqualidades". Só de lembrar o que fiz nesse final de semana... Em apenas dois dias fui capaz de praticar ações consideradas por mim mesma como imorais e fúteis.
E eu que penso tanto, passo horas e horas pensando para fazer tudo ao contrário e com direito a alguns bônus de insensatez e auto-ridicularização...
Mas afinal do que estou falando? Seria todo esse desencadeiamento de pensamentos a minha evolução? Será que eu sou a minha evolução definitiva?
Não poderia ser...
EU não quero ser EU! Sou uma completa pateta, uma idota descartável, um bombom tão sem recheio, talvez com recheio até demais... Afinal até meus "amigos" me vêem como um...
Nossa foi surpreendente "minha" descoberta: não há amizade entre homens e mulheres! Pelo menos no meu caso, quem eu considerava "amigo" não aje como se fosse... Desde quando um amigo te abraça, fica se "esfregando", e quando é para ouvir o que você tem a dizer, te deixa falando como um auto-falante sem "stop"... E aí me sinto tão mentalmente inútil, queria poder poder mudar tal situação... Mas desde que botei em minha cabeça (SIM EU MESMA COLOQUEI EM MINHA CABEÇA) que ser fisicamente "aproveitável" é de maior importância que ser mentalmente convincente, tenho me sentido como aquelas loiras burras (sem ofensas, é apenas um exemplo) de propaganda de cerveja...
Caramba, EU QUERO EXISTIR, sou apenas um conjunto das coisas que os OUTROS querem que eu seja! Até hoje eu nunca fui realmente EU... Pensando bem, será que alguém iria ME aguentar...
Como é que eu consigo dormir a noite? Depois de tanta falsidade...
Espero evoluir e ser alguém... Espero... Estou sempre esperando, será que EU sou realmente de esperar?
Acho que vou experimentar ser eu mesma... Não. Seria muito arriscado, tenho me esforçado tanto para ser alguém agradável de se estar junto... Mas é incrível como não me sinto bem comigo mesma...
E eu que sempre me achei tão moderna, atual... Sou apenas mais uma dequelas mulheres visualmente dependentes e controláveis...
Isso é tão irônico, porque era o que eu jamais quis me tornar... Pra falar a verdade nem sei o que quero...
Quem sabe eu não precise evoluir, parar de tentar ser alguém e me tornar... EU.

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