quarta-feira, dezembro 20, 2006

Apenas minha opinião

Já parou para pensar como a vida é curta? E como a sociedade inventa mais de mil e uma maneiras para te desviar de seus verdadeiros objetivos?
Mas, encaremos, quais são seus verdadeiros objetivos? Será uma vida profissional realizadora? Muito ambicioso, e caro, mas terá você uma vida com sucesso, muito conhecimento, com uma devoção total ao emprego, com a cabeça envolta de planos de progresso e rendimento... Mas te pergunto, aonde nesse plano todo encaixa-se a felicidade? Não vá me dizer que “flutuar em rios de dinheiro”, ser o chefe de pessoas que apenas dirigem-se a você com interesse e principalmente: inveja, seja o paraíso que você sempre sonhou...
Seria você capaz de enfrentar a vida sozinho (a dedicação ao trabalho “não permite” uma família), com planos ambiciosos, onde apenas o mais forte sobrevive?! Acredito que não, pois sem base uma casa não se mantém de pé, e sem amigos um ser humano não tem base!
Bom, se profissionalmente não é seu interesse, por preguiça digamos, quer você levar uma vida simples? Pois bem! Boa escolha, mas vejamos alguns fatos: o ser humano distingue-se por inúmeras razoes dos animais, uma delas é a busca pelo conforto, agora vejamos uma semelhança, o instinto de sobrevivência (o mais forte sobrevive lembra-se?), por culpa desta “lei” somos capazes de passar por cima de tudo e de todos! Todos têm limites...
Mas ai você me retruca: quero apenas uma vida simples! Sem luxo sem materiais supérfluos... Claro, claro... Hoje em dia seria praticamente impossível viver na simplicidade, mas imagine: você, provavelmente viveria numa casinha nos subúrbios, exagero, talvez um quarto de pensão (sem luxo, certo? Casa própria atualmente, é um luxo), vida simples, suponhamos uma família, um filho, não dois, um garoto e uma garota, para diversificar, uma esposa (ou esposo) fiel, carinhosa e compreensível. Vivem juntos e felizes, mas suas crianças crescem, o espaço não é mais suficiente, sua mulher não tolera mais sua tranqüilidade e falta de ambição, a situação aperta, a inveja gerada pelos vizinhos é grande... “Todos vivem bem, menos nós.”
O que antes foi harmonia agora é completa desordem... Então o que fará você nessa situação? Sem palavras não? Sentir-se arrasado, humilhado e ainda sem conforto, leva qualquer pessoa à insanidade, o estresse vai consumindo aos poucos, mata (já foi comprovado cientificamente), e como morrer não é nada interessante, seu desejo então é ter uma vida amorosa perfeita! (Afinal nada mais importa.) Você a ama, ela lhe ama, vocês se amam... Ah! Uma lua de mel eterna! Mas como sonhar alto é bom! Recomendo manter os pés no chão amigo, pois a “coisa” não funciona bem assim.
No contrato de casamento, eu tenho certeza, que esqueceram de mencionar que o casamento não é apenas com a pessoa amada, mas também com sua (nada amável) família, você deve concordar que seria muita sorte ter uma sogra, sogro, um cunhado perfeitos e agradáveis.
Mas tenho certeza de que você é essa pessoa sortuda! Todos são tão amáveis e gentis, que os primeiros anos do casamento igualam-se ao céu! Sendo você pessoa bem educada, trata-os com igual respeito e gentileza, mas posso, por um acaso, recordar-lhe um ditado? “Em boca aberta, COM CERTEZA, entra mosca”, (tenho certeza que já o ouviu, talvez com outras palavras, representando outro sentido...), e se você reparar bem, sua boca não esta apenas aberta, mas é um verdadeiro aeroporto internacional!
Não quer brigas com a esposa, e nem deixar de ser o tão adorável genro... Por isso permite que um ou outro parente instale-se em sua residência, ficam uma semana, dois meses, três anos... Mas você é um “cara legal”, e deixa o cunhado “recém passado na faculdade” compartilhar de seus bens.
Tarde da noite, você chega do trabalho, tudo que você quer é uma comidinha quentinha, ver um filme... E lá está ele, com seu controle, no seu sofá, assistindo a sua TV, e as coisas passam dos limites quando até de suas cuecas o “cunhadinho” faz uso. Lembra-se do instinto de sobrevivência? Pois bem, alguém invadiu seu território “rei leão”, o que fará? Porá de lado todo o seu orgulho e suportará aquilo para todo o sempre? Ou reinvidicará seu lugar passando por cima da vontade de sua mulher?
E aí vem o erro, “Ela me ama”, claro que ama: “Mas aquele era meu irmão, meu sangue, se fosse seu irmão, poderia morar aqui por uns 10 anos!”. E o divórcio não se tornou tão difícil após inúmeras discussões como esta... Sozinho, amigo, eis teu fim...
Então já convencido, diz-me você que terá em sua vida esses três elementos: profissão, tranqüilidade e amor! Pois acho eu que você não existe!
Para o ser humano é muito difícil uma vida de obstáculos, sem conflitos, possuímos algo que os outros animais não possuem: a consciência. Temos consciência de nossas ações, de nossos sentimentos, do mundo ao nosso redor e dos demais animais, nós somos capazes de interagir com isso mutuamente.
Temos objetivos, mas nisso nos diferenciamos mais ainda, ao contrario de nós os animais nascem sabendo seus objetivos: alimentar-se, procriar, sobreviver, e enfim morrer...
Por incrível que pareça esses já foram nossos objetivos: alimentar-se (profissão), procriar (amor) e esperar pela morte (tranqüilidade), isso quando éramos ainda primatas parecidíssimos com os macacos...
E de novo você me questiona: o que isso tem a ver com meus verdadeiros objetivos, quero ser amorosamente e profissionalmente feliz, além de viver na tranqüilidade...
Volto a repetir: você não existe! Já passou a “época” desses objetivos, hoje em dia, o instinto de sobrevivência (que “chama” por esses três elementos) é apenas um auxiliar inconsciente, hoje (nessa nossa etapa de evolução) buscamos sonhos, abusamos de nossa capacidade de consciência, necessitamos do caos em nossa vida, é preciso vencer obstáculos...
Não temos mais objetivos. Passamos a vida à procura de realização nenhuma, não temos mais aquele carma de viver em grupo. Fazemos aquilo que nos mandam fazer, aquilo que dizem ser certo...
E pensar que nós apenas domesticávamos apenas animais de outras espécies... Nós criamos o auge de nossa evolução, que com certeza nos levara a ruína e ao esquecimento de que somos todos iguais, nós criamos "a sociedade".
Portanto, peço-lhe desculpas , pois formulei mal minha primeira pergunta (aquela que desencadeou toda essa reflexão, lembra-se?), e com isso, talvez, eu o tenha feito desanimar, mas reformulá-la-ei e responda-me sozinho: quais são suas verdadeiras opiniões?

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